domingo, 20 de novembro de 2016

Yin — Yang: a alternância dos opostos ☯


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Os chineses consideram o céu e a terra como os pais ancestrais do mundo fenomênico. Portanto, tudo o que tem forma possui o seu lado materno, que é a natureza terrestre, e o seu lado paterno, a natureza celeste. O yin e o yang são dois símbolos utilizados para representar e explicar esta visão dialética na qual tudo o que tem forma e é percebido pela consciência e pelos sentidos submete-se às leis que regem a interação do yin e do yang.
“Em todas as coisas no universo o yin abraça o yang, e o yang carrega o yin. ”
Esta frase de Lao Zi, sábio e filosofo chinês que viveu no século VI a.C., focaliza um universo que se cria, transforma-se e se mantém através da dança das polaridades: yang (natureza celeste), que representa leveza, firmeza, expansão, claridade, serenidade, criatividade e yin (natureza terrestre), que representa densidade, maleabilidade, contração, opacidade, movimento, gestação. Portanto, yin e yang não são energias, substancias ou matéria, e sim símbolos, que representam a dualidade existente na miríade de coisas e que os sujeitam aos seguintes princípios:

     a.   Oposição entre yin e yang
Como duas faces de uma mesma moeda, as características opostas simbolizadas pelo yin e yang existem em todas as coisas na natureza. Movimento e repouso, céu e terra, alto e baixo, frente e verso (atrás), calor e frio são qualidades que se opõem e se controlam mutuamente.

     b.   Relatividade do yin e yang
Não se pode classificar algo como yin e yang de forma absoluta; tudo é relativo. Por exemplo: no corpo humano a região ventral é yin se comparada com a dorsal, porém é yang se comparada com os membros inferiores. Além disso, dentro de cada elemento classificado como yin e yang, distingue-se novamente o yin e o yang. Por exemplo: no tórax, a região ventral é yin em relação à região dorsal, porém na região ventral o peito é yang em relação ao abdômen.

     c.   Interdependência entre yin e yang
O yin não existe sem o yang e o yang não sobrevive sem o yin. Estas duas naturezas não podem existir isoladamente. Não há alto se não existe baixo, não há frente se não existe atrás (verso). Por exemplo: O (sopro vital) é de natureza yang comparado com o sangue, que é de natureza yin; o governa e movimenta o sangue, e o sangue sustenta o . Sem o o sangue não é produzido e sem o sangue o se exaure.

    d.   Equilíbrio dinâmico de crescimento e diminuição do yin e yang
A interdependência e a limitação exercidas mutuamente pelo yin e yang não são estáticas e sim dinâmicas. O crescimento e a diminuição de yin e yang se processam dentro de um equilíbrio dinâmico. Por exemplo: Na natureza, durante o dia a exalação do yang cresce e a do yin diminui, e à noite a exalação do yin cresce e a do yang diminui. No movimento de andar, enquanto um pé fica “cheio” sustentando o peso do corpo, o outro fica “vazio” e leve.

    e.   Intertransformação entre yin e yang
O yang pode se transformar em yin e vice-versa. Esta transformação ocorre quando o crescimento de uma das polaridades atinge o auge e dá nascimento a outra polaridade. Isto só é possível porque dentro do yang existe o yin e dentro do yin existe o yang. Por exemplo: Na natureza, durante o verão tardio a expansão e o calor atingem o seu auge e se transformam em seu oposto: o recolhimento e o frio do outono.

A teoria do yin-yang constituía a metodologia cientifica para o estudo das ciências naturais na antiga China. Na MTC é aplicada na explicação das funções fisiológicas e das transformações patológicas do corpo.

Fonte consultada:LIAN GONG em 18 Terapias, Maria Lucia Lee, Pensamento.







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