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Os chineses consideram o céu
e a terra como os pais ancestrais do mundo fenomênico. Portanto, tudo o que tem
forma possui o seu lado materno, que é a natureza terrestre, e o seu lado
paterno, a natureza celeste. O yin e
o yang são dois símbolos utilizados
para representar e explicar esta visão dialética na qual tudo o que tem forma e
é percebido pela consciência e pelos sentidos submete-se às leis que regem a
interação do yin e do yang.
“Em
todas as coisas no universo o yin abraça o yang, e o yang carrega o yin. ”
Esta frase de Lao Zi, sábio e filosofo chinês que
viveu no século VI a.C., focaliza um universo que se cria, transforma-se e se
mantém através da dança das polaridades: yang
(natureza celeste), que representa leveza, firmeza, expansão, claridade,
serenidade, criatividade e yin (natureza terrestre), que representa densidade,
maleabilidade, contração, opacidade, movimento, gestação. Portanto, yin e yang não são energias, substancias ou matéria, e sim símbolos, que
representam a dualidade existente
na miríade de coisas e que os sujeitam aos seguintes princípios:
a.
Oposição
entre yin e yang
Como
duas faces de uma mesma moeda, as características opostas simbolizadas pelo yin e yang existem em todas as coisas na natureza. Movimento e repouso,
céu e terra, alto e baixo, frente e verso (atrás), calor e frio são
qualidades que se opõem e se controlam mutuamente.
b.
Relatividade
do yin e yang
Não
se pode classificar algo como yin e yang de forma absoluta; tudo é relativo.
Por exemplo: no corpo humano a região ventral é yin se comparada com a dorsal, porém é yang se comparada com os membros inferiores. Além disso, dentro de
cada elemento classificado como yin e
yang, distingue-se novamente o yin e o yang. Por exemplo: no tórax, a região ventral é yin em relação à região dorsal, porém na
região ventral o peito é yang em
relação ao abdômen.
c.
Interdependência
entre yin e yang
O yin não existe sem o yang e o yang não sobrevive sem o yin.
Estas duas naturezas não podem existir isoladamente. Não há alto se não existe
baixo, não há frente se não existe atrás (verso). Por exemplo: O Qì (sopro vital) é de natureza yang comparado com o sangue, que é de
natureza yin; o Qì governa e movimenta o sangue, e o sangue sustenta o Qì. Sem o Qì o sangue não é produzido e sem o sangue o Qì se exaure.
d.
Equilíbrio
dinâmico de crescimento e diminuição do yin e yang
A interdependência
e a limitação exercidas mutuamente pelo yin
e yang não são estáticas e sim dinâmicas.
O crescimento e a diminuição de yin e
yang se processam dentro de um equilíbrio
dinâmico. Por exemplo: Na natureza, durante o dia a exalação do yang cresce e a do yin diminui, e à noite a exalação do yin cresce e a do yang
diminui. No movimento de andar, enquanto um pé fica “cheio” sustentando o peso
do corpo, o outro fica “vazio” e leve.
e.
Intertransformação
entre yin e yang
O yang pode se transformar em yin e vice-versa. Esta transformação
ocorre quando o crescimento de uma das polaridades atinge o auge e dá
nascimento a outra polaridade. Isto só é possível porque dentro do yang existe o yin e dentro do yin existe
o yang. Por exemplo: Na natureza,
durante o verão tardio a expansão e o calor atingem o seu auge e se transformam
em seu oposto: o recolhimento e o frio do outono.
A
teoria do yin-yang constituía a
metodologia cientifica para o estudo das ciências naturais na antiga China. Na
MTC é aplicada na explicação das funções fisiológicas e das transformações
patológicas do corpo.
Fonte
consultada:LIAN GONG em 18 Terapias, Maria Lucia Lee, Pensamento.
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